domingo, 28 de junho de 2009

Vi-te

“Ai!” A minha mente soltou instintivamente.
Fora um reflexo dos sentidos, a visão.
Esta que permitiu criar uma tempestade
No meu copo, no meu corpo.
Senti vontade de me debruçar,
Pois abrira-se o buraco no meu peito.
Aquele que havia tentado manter fechado,
Selado, ou até como se não tivesse existido.
Mas era impossível encerrá-lo.
A dor que este libertava era forte de mais.
Como se já não bastasse,
A frieza apoderou-se do meu estômago
Em conjunto com uma sensação de mal-estar.
As pernas não permaneceram imóveis
E começaram a fervilhar como pipocas.
Tive vontade de fugir para o meu recanto
E recolher-me em posição fetal.
Sabia que essa era a cura para tudo.
O meu peito ficaria recolhido
E a dor passaria.
A minha barriga aqueceria com o contacto das pernas,
Afastando para longe a frieza.
As pernas ficariam calmas,
Visto que as agarraria.
Tudo isto me levaria a um estado inconsciente,
Para um lugar onde não seria preciso pensar,
Um lugar seguro, o sono.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Adeus Sol

Chovia como nunca tinha sentido.
Os teus cabelos nunca se moveram,
A tua pele mais brilhante ficou
E as gotas entre os teus olhos disfarçavam as lágrimas.
Decidis-te partir sem que nada pudesse fazer,
Para acabar com o nosso sofrimento.
Hoje aqui estou, para te ver uma última vez
E esta imagem recordarei para todo o sempre.
Nunca esquecerei a pessoa que me permitiu voar
Mesmo sem ter asas, como tu meu anjo.
Quero também sussurrar aos teus ouvidos
As minhas últimas doces palavras de adeus e de amor.
Sei também que hoje se acabará
A única perfeição que tinha na minha vida.
E que com este estrangulamento no meu coração
Ficarei proibido, pelos céus, de sonhar.
Ai, eu só peço que a chuva se vá embora
Para que eu te possa agarrar
E com o sol ficar para toda a eternidade
Aconchegando-te em meus braços.
Por fim vejo-te realmente partir,
Sem que de alguma maneira
Os meus lábios se movessem para te impedir.
E assim perco o amor que acabara de encontrar
Espero encontrar-te num lugar longe daqui
Onde sei que ninguém nos poderá impedir de sermos felizes,
De sermos um só.