sábado, 31 de outubro de 2009

Porque sim

Simplesmente acontece. Sem procurar ou fomentar, sem que seja previsível, sem que nos apercebamos ou até mesmo sem que tencionemos, simplesmente acontece.

Algo complexo. Não que seja inexplicável, mas sim porque é explicável de maneiras diferentes, conforme os ventos que sopram e os já soprados. A tendência é transpô-lo através de gestos, palavras e expressões, tanto faciais como corporais. Para tal, dá-se a utilização dos 5 sentidos comuns a quase todos. No entanto, a complexidade advém essencialmente da incapacidade para apreender, plenamente, e explicar outros sentidos não tão explorados, apesar de vagos.

Desconhecimento, distracção ou ignorância propositada conduzem a esta “não exploração”. Porquê querer explorá-los? Quais os benefícios? Aos olhos de muitos, talvez estes nem existam. Ou talvez seja inteiramente inútil percebê-los. Uma hipótese é também a possibilidade de ser tudo uma ilusão proporcionada pela mente, cuja sente necessidade de fantasiar. Mas ao olhar para a outra mão, porque não conhecê-los melhor? Porque não explorar o que sentimos além dos ditos sentidos conhecidos? Nesta mão, perceber o porquê e o funcionamento destes sentidos, pode ser um indicador do caminho para o bem-estar pessoal, a vários níveis. Poderá até permitir o funcionamento dos diversos tipos de relacionamentos, quando eles existem, porque há a possibilidade de perceber também o que se sente a “solo”.

Tanto a exploração como a não exploração destes sentidos, são maneiras, opcionais, de estar. No entanto, os acontecimentos dão-se, disso não há dúvida e não são uma escolha.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Indescritível Magia

Não podia olhá-la nos olhos,
Ou inevitavelmente revelaria o meu desejo.
Sentia o seu olhar sobre mim
Que me exercia uma certa pressão.
Decidi entrelaçar os meus dedos nos seus.
Comecei por me sentir nervoso, receoso.
Provavelmente a cal tocou-me,
Pois deixei de sentir o sangue na minha cara.
Senti a sua outra mão acariciar-me a face.
Tudo começou a ser perigoso.
O seu toque, o seu cheiro,
Eram factores que despertavam a minha sede.
Sem me aperceber senti o seu hálito
E senti-me sedento.
Agora estávamos tão perto como nunca tinha sentido.
Ou talvez até já tinha, mas não me recordara.
Não devia, mas queria.
Levantei a minha cara até que
Rocei o meu nariz no seu.
Estava cada vez mais perto
E era impossível recuar.
Eu não era assim tão forte,
Não estava treinado para tal.
Fechei os meus olhos e confiei.
Não sabia se seria capaz de parar.
Não resisti à tentação.
Fui fraco e a natureza levou a melhor.
Mas uma fraqueza repleta de prazer.
Nunca me arrependeria por ter cedido a guarda.
Até hoje não me arrependo.