sábado, 25 de dezembro de 2010

Carta ao Pai Natal


Olá Pai Natal! 

Há muito que não te envio a minha carta, mas este ano decidi mudar. 

O último natal do qual eu me lembro, de que possa assim chamar, tinha eu 4 anos. Na altura tudo era diferente e ainda nem eu conhecia bem o Mundo. Mas foi aí que algo mudou, numa data da qual uma lembrança deixou. Claro que com esta idade as recordações são raras e ligeiramente vagas. As minhas recordações começam por estar na janela da sala já de madrugada à espera do Pai Natal. O meu irmão fazia-me companhia pois a minha mãe já dormia. Encontrávamo-nos juntos devido ao vazio que se encontrava debaixo da nossa árvore de natal. Lembro-me dela ser grande e que quase tocava no tecto. Tinhas poucos enfeites. Era simples, graciosa e com aquele cheiro característico a pinheiro que nos rodeava. De repente, pela mesma janela onde nos mantinha-mos, foi possível reconhecer uma silhueta a se aproximar do edifico. Essa era a silhueta do meu pai e não a do Pai Natal. Quando o meu pai finalmente entrou, trazia consigo dois invólucros. Já em casa, em cada um dos invólucros vinha um carro das “Tartarugas Ninja”. Um para mim e outro para o meu irmão, se bem que eu fiquei com o que tinha o “Master”, que era o rato feio. Lembro-me de não ficar desapontado por serem dele os presentes e não do Pai Natal. Não me lembro de alguma vez ter acreditado nele. Talvez daí a tristeza não me ter batido. No entanto, e desde então, não há recordações de mais alguma vez se ter celebrado esta época festiva na minha vida, pelo menos nas condições que assim o exigem. O decorar a árvore de natal, a presença do presépio, os presentes debaixo da árvore e as refeições típicas, foram ligeiramente banidas, como que por esquecimento. O espírito não foi forte o suficiente. Acabou por se tornar um feriado aborrecido, como um dia onde nada se faz a não ser comer e ver filmes. Todavia, sempre existiu dentro de mim uma nostalgia pelo Natal, e sendo assim vem a vontade de mudar as coisas.

Não te quero induzir em erro pois continuo sem acreditar na tua existência. No entanto, fazendo parte do espírito de natal enviar-te uma carta com os nossos pedidos, e se tu existisses, esta seria a minha lista:

- Peço-te que me entregues de novo a minha inocência, pois só esta me permitirá viver o Natal com Amor , intensidade e espírito que a ele dizem respeito.

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