quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Estrangulaste-me


 

Apareces todos os dias.
Apareces todas as noites.
Dia ou noite deixo-te entrar.
Entras sempre pela mesma porta,
Porta que já devia estar fechada.
Infelizmente acho que perdi a chave.
Devias ter saído de vez,
Mas ainda não consegui arrumar os teus “nécessaires”.
Sinto que os levas um de cada vez.
Hoje o gel de banho,
Amanha a escova de dentes.
Talvez seja eu que não estou pronto para te deixar partir.
Mas assim terá que ser.
Luto por acreditar que já não me pertences.
Luto por não molhar o meu rosto.
Luto para não te ver, ao mesmo tempo que luto para te poder ver.
Luto por te enfrentar e também luto por me esconder.
Vejo-te e outra luta recomeça.
Luto por não olhar para ti.
Luto por não molhar o meu rosto.
Luto por te ignorar, por não querer saber de ti….Acho eu.
No fundo, estas lutas são insignificantes.
A mais importante luta, ainda não a tive.
A luta para te colocar no baú,
Para te tirar do meu coração,
Para deixares de ser o meu “mor”.

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